O presidente russo, Vladimir Putin, emitiu na quarta-feira avisos nucleares para o Ocidente sobre ataques convencionais em seu território Ucrânia. Ele apresentou uma versão atualizada da doutrina nuclear que especifica que qualquer ataque a Rússia por uma potência não nuclear, se apoiada ou respaldada por uma potência nuclear, será considerada um “ataque conjunto à Federação Russa”.
Respondendo à ameaça, o chefe de gabinete do presidente ucraniano Zelenskyy, Andriy Yermak, disse: “A Rússia não tem mais instrumentos para intimidar o mundo além da chantagem nuclear”, acrescentando que essas táticas não funcionariam.
“É proposto que a agressão contra a Rússia por qualquer estado não nuclear, mas com a participação ou apoio de um estado nuclear, seja considerada um ataque conjunto à Federação Russa”, disse Putin.
“As condições para a transição da Rússia para a utilização de armas nucleares também estão claramente corrigidos”, acrescentou.
“Consideraremos tal possibilidade quando recebermos informações confiáveis sobre um lançamento massivo de meios de ataque aéreo e espacial e sua travessia da fronteira do nosso estado”, disse Putin, citando “aeronaves estratégicas e táticas, mísseis de cruzeiro, drones, veículos hipersônicos e outros veículos voadores”.
Enquanto isso, Zelenskyy disse que pediria a seus aliados nos EUA e na Europa aprovação para usar armas de longo alcance para atingir áreas profundas do território russo, o que levanta preocupações para alguns dos apoiadores da Ucrânia. O governo Biden indicou que não autorizou Kiev a conduzir ataques com armas dos EUA dentro da Rússia.
A doutrina nuclear da Rússia, delineada em um decreto de 2020 por Putin, diz que o país pode recorrer a armas nucleares em resposta a um ataque nuclear de um adversário ou a um ataque convencional que represente uma ameaça à sua existência.
Em 2022, os Estados Unidos expressaram preocupação significativa quanto ao uso potencial de armas nucleares táticas pela Rússia, com o diretor da CIA Bill Burns dizendo que os EUA alertaram Putin sobre as repercussões de tais ações. A Rússia e os EUA controlam juntos 88% das armas nucleares do mundo, informou a Reuters.
Putin emite alertas nucleares ao Ocidente sobre ataques da Ucrânia
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